A questão da fertilidade pode impactar profundamente na vida de algumas mulheres, por uma variedade de razões emocionais, sociais, culturais e até mesmo econômicas.
Para muitas, o desejo de ter filhos é uma parte fundamental de suas vidas e de seu senso de realização pessoal, onde a incapacidade de conceber pode causar grandes frustração.
Em muitas culturas, a maternidade é valorizada e esperada das mulheres como parte de seu papel social e identidade feminina, gerando uma pressão social para conceber.
Além disso, algumas mulheres podem ter expectativas pessoais ou familiares de ter filhos, o que pode gerar pressão adicional para conceber, e quando isso não acontece, é comum surgirem sentimentos de inadequação ou fracasso.
Ainda hoje, a capacidade de conceber e dar à luz é vista como parte integrante de sua identidade feminina, e quando vem a infertilidade, pode despertar a necessidade de uma reavaliação da autoimagem e da autoestima.
Quando o casal tem sua relação muito focada na geração de filhos, e encontra um obstáculo na fertilidade feminina, é comum o estresse emocional que pode causar conflito no relacionamento.
E vamos além, pois as dificuldades diante da fertilidade feminina, pode significar uma perda semelhando ao luto. Lidar com essa limitação pode envolver sentimentos de tristeza, raiva, culpa e desesperança.
A fertilidade feminina pode ser afetada por vários fatores, que variam de uma mulher para outra. Alguns deles são:
- Diminuição natural da fertilidade feminina após os 35 anos, devido à diminuição da quantidade e qualidade dos óvulos. Mulheres mais velhas podem enfrentar dificuldades para engravidar e têm um risco aumentado de complicações durante a gravidez.
- Distúrbios ovulatórios, como síndrome dos ovários policísticos (SOP), onde elas podem ter ciclos menstruais irregulares e dificuldade de engravidar.
- A endometriose é uma condição na qual o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, como nas trompas, causando dor pélvica intensa, inflamação e cicatrizes nos órgãos reprodutivos, o que pode dificultar a gravidez.
- As trompas de Falópio podem ser obstruídas ou danificadas devido a infecções, cirurgias, endometriose ou outros fatores. Isso pode dificultar a passagem dos óvulos dos ovários para o útero e a fertilização do óvulo pelo espermatozoide.
- Anormalidades uterinas, como miomas, pólipos ou malformações congênitas do útero, podem interferir na implantação do óvulo fertilizado ou aumentar o risco de aborto espontâneo.
- Desequilíbrios hormonais, como baixos níveis de hormônios tireoidianos, hiperprolactinemia ou insuficiência ovariana prematura, podem afetar a ovulação e a fertilidade.
- Fatores como tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade, desnutrição, exposição a toxinas ambientais e estresse crônico podem afetar a fertilidade feminina.
- Algumas mulheres podem ter predisposição genética a problemas de fertilidade devido a anomalias cromossômicas ou mutações genéticas hereditárias.
Atenção aos sinais que podem indicam problemas de fertilidade feminina
Alguns sinais devem ser considerados, pois podem indicar desafios para a fertilidade feminina.
Fique atenta, e fale com o seu ginecologista sobre os seguintes sintomas:
- Ciclos menstruais muito curtos, muito longos ou ausência de menstruação podem indicar problemas hormonais que afetam a fertilidade.
- Diagnóstico de endometriose.
- Quadro de síndrome dos ovários policísticos que pode causar desequilíbrio hormonal, levando a ciclos menstruais irregulares, excesso de pelos no corpo e dificuldade em engravidar.
- Tem histórico de cirurgias pélvicas, infecções pélvicas anteriores ou outros problemas ginecológicos.
- O excesso de peso ou o baixo peso podem afetar a ovulação e, consequentemente, a fertilidade.
- Se uma mulher com menos de 35 anos tenta engravidar sem sucesso por um ano, ou por seis meses se tiver mais de 35 anos, é recomendável fazer uma avaliação da fertilidade.
- Se uma mulher teve dois ou mais abortos espontâneos, pode indicar problemas de fertilidade subjacentes.
É possível recuperar a fertilidade feminina?
Existem várias opções de tratamentos disponíveis para ajudar a aumentar as chances de concepção e garantir a fertilidade feminina, tudo irá depender da causa subjacente.
Lembre-se sempre que é fundamental ter o acompanhamento de um profissional especializado, que possa avaliar cada caso em particular, e indicar o que é mais adequado a cada pessoa.
Algumas opções comuns para tratar a fertilidade feminina são:
- Mulheres que têm distúrbios ovulatórios, como síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou anovulação, podem se beneficiar de medicamentos que estimulam a ovulação, bem como injeções de hormônios gonadotróficos.
- Em casos de problemas anatômicos, como miomas uterinos, pólipos uterinos, aderências ou obstrução das trompas de Falópio, a cirurgia pode ser recomendada.
- Inseminação intrauterina, que é um procedimento no qual o esperma é colocado diretamente no útero durante o período ovulatório da mulher, aumentando a probabilidade de fertilização.
- Fertilização in vitro, também chamada de FIV, é um procedimento de reprodução assistida no qual os óvulos são coletados dos ovários da mulher, fertilizados em laboratório com esperma do parceiro ou doador e os embriões resultantes são transferidos para o útero.
A FIV é frequentemente usada para tratar problemas de fertilidade mais complexos, como tubas uterinas bloqueadas, endometriose avançada ou baixa contagem de espermatozoides.
- Para quem não pode produzir óvulos ou esperma viáveis, a doação é uma opção. Os óvulos doados podem ser fertilizados em laboratório e os embriões resultantes ser transferidos para o útero da mulher receptora.
- Em casos em que uma mulher não pode levar uma gravidez até o final devido a problemas de saúde ou anormalidades uterinas, a gestação de substituição pode ser uma opção.
Nesse caso, um embrião fertilizado é transferido para o útero de uma mulher substituta, que carrega e dá à luz o bebê para os pais biológicos.
- Terapia hormonal ou suplementos nutricionais podem ser prescritos para corrigir desequilíbrios hormonais ou melhorar a qualidade dos óvulos e espermatozoides.
Como prevenir problemas de fertilidade feminina?
Prevenir problemas de fertilidade feminina envolve adotar um estilo de vida saudável e estar atento aos fatores que podem afetar a saúde reprodutiva.
Algumas formas de fazer isso são:
- Manter um peso saudável através de uma dieta equilibrada e exercícios regulares pode ajudar a otimizar a saúde reprodutiva, pois tanto o excesso de peso quanto a baixa massa corporal podem afetar a fertilidade;
- Parar de fumar pode melhorar a saúde reprodutiva e aumentar as chances de concepção;
- o consumo excessivo de álcool e cafeína pode afetar negativamente a fertilidade. Limite a ingestão dessas substâncias para melhorar a saúde reprodutiva;
- Infecções sexualmente transmissíveis podem causar danos aos órgãos reprodutivos e levar a problemas de fertilidade feminina. Pratique sexo seguro usando preservativos e faça exames regulares para detectar e tratar possíveis infecções;
- Beber bastante água pode ajudar a manter a saúde do trato urinário e reprodutivo, o que pode afetar a fertilidade;
- O estresse crônico pode afetar os hormônios reprodutivos e interferir na ovulação. Pratique técnicas de gerenciamento do estresse, como meditação, ioga ou exercícios de relaxamento;
- Faça exames ginecológicos regulares e mantenha-se atualizada com os cuidados preventivos, como exames de Papanicolau e mamografias;
- Minimize a exposição a substâncias tóxicas, como produtos químicos industriais, pesticidas e produtos de limpeza agressivos, que podem afetar a saúde reprodutiva;
- Mulheres que desejam adiar a gravidez podem considerar o congelamento de óvulos como uma maneira de preservar sua fertilidade para o futuro; e
- Conte sempre com a orientação de um médico especializado em saúde reprodutiva. Eles podem oferecer orientações personalizadas e recomendações para otimizar sua fertilidade e saúde reprodutiva.
Fontes – Biblioteca Virtual em Saúde; Fiocruz; Gineco; Alta Diagnósticos; Tua Saúde; e Associação Brasileira de Reprodução Assistida.