O Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é um transtorno mental que afeta, principalmente, a maneira como uma pessoa pensa, sente e se comporta.
É caracterizado por padrões de instabilidade emocional, relacionamentos interpessoais tumultuados e uma autoimagem instável.
Pessoas com TPB frequentemente experimentam mudanças rápidas e intensas de humor, podendo passar de sentimentos de felicidade e euforia para raiva, tristeza ou ansiedade, em um curto espaço de tempo.
Muitas vezes, pessoas com TPB têm um medo intenso de serem abandonadas por aquelas que são significativas em suas vidas, o que pode levar a comportamentos extremos para evitar o abandono, como relacionamentos intensos e tumultuados.
Com isso, é comum que as pessoas que sofrem de TPB ter relacionamentos interpessoais instáveis e turbulentos, caracterizados por idealização intensa, seguida por desvalorização repentina das pessoas próximas a elas.
A autoimagem instável também é uma característica marcante em pessoas com Boderline, isso acontece porque, muitas vezes, a visão que têm sobre si mesmas oscila entre uma idealização excessiva e uma autoimagem negativa, o que dá a sensação de vazio ou falta de identidade.
Comportamentos impulsivos e autodestrutivos são comuns em pessoas com TPB, como abuso de substâncias, comportamentos sexuais de risco, gastos impulsivos, automutilação ou tentativas de suicídio.
A raiva intensa e a dificuldade em controlá-la é outra característica marcante, onde estão presentes acessos de raiva intensa e até agressão verbal e física.
Sentimentos crônicos de vazio ou um vácuo emocional são frequentemente relatados por pessoas com TPB.
Com isso, o Transtorno de Personalidade Borderline pode causar significativo sofrimento e prejuízo na vida cotidiana da pessoa afetada, bem como nos relacionamentos interpessoais e no funcionamento social e profissional.
É importante buscar ajuda especializada para assim conseguir viver com mais equilíbrio e qualidade de vida.
Existe grupo de risco para TPB?
O TPB pode afetar uma ampla gama de pessoas, mas existem alguns grupos que podem estar em maior risco de desenvolver a condição.
Alguns fatores a serem observados são:
- Pessoas com familiares de primeiro grau, que têm transtornos de personalidade ou outros transtornos mentais, têm um risco aumentado de desenvolver
TPB. Isso sugere que a genética desempenha um papel importante no desenvolvimento do transtorno.
- Experiências traumáticas na infância, como abuso físico, emocional ou sexual, negligência, abandono ou separações precoces dos cuidadores, podem aumentar significativamente o risco de desenvolver TPB.
- Padrões de comportamento instável, impulsivo e emocionalmente volátil durante a adolescência podem ser um sinal precoce de TPB.
Adolescentes que demonstram dificuldades em regular emoções ou têm relacionamentos interpessoais turbulentos podem estar em maior risco.
- Pessoas com histórico de outros transtornos mentais, como depressão, transtorno bipolar, transtorno de ansiedade ou transtorno de estresse pós-traumático, têm maior probabilidade de desenvolver TPB.
- Certos traços de personalidade e características biológicas hereditárias podem aumentar o risco de desenvolver TPB.
Além disso, alterações na estrutura ou funcionamento do cérebro podem estar envolvidas no desenvolvimento do transtorno.
- Um ambiente familiar disfuncional, caracterizado por conflitos, relações instáveis, abuso, negligência ou modelagem inadequada de comportamento, também é um fator de risco.
- Pessoas que enfrentam desafios sociais, como pobreza, falta de acesso a recursos, discriminação ou marginalização, podem ter um risco aumentado de desenvolver TPB devido ao estresse crônico e à falta de apoio social.
É importante ressaltar que nem todas as pessoas expostas a esses fatores desenvolverão o transtorno, isso porque o desenvolvimento geralmente envolve uma interação complexa entre fatores genéticos, biológicos, psicológicos, sociais e ambientais.
TPB tem cura?
O Transtorno de Personalidade Borderline é uma condição crônica e complexa, e, atualmente, não há uma cura definitiva.
Para quem sofre com o TPB, a busca pelo tratamento adequado e suporte contínuo, melhora significativamente os sintomas, proporcionando qualidade de vida.
O tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar que inclui:
- Psicoterapia – é o tratamento principal e pode ser altamente eficaz na redução dos sintomas e na melhoria do funcionamento psicossocial.
Terapias como a Terapia Cognitivo-Comportamental, Terapia Dialética Comportamental, Terapia de Esquemas e Psicoterapia Psicodinâmica são comumente utilizadas.
- Medicação – embora não haja medicamentos específicos aprovados para o tratamento do TPB, algumas opções podem ser prescritas para tratar sintomas coexistentes, como depressão, ansiedade, impulsividade ou instabilidade de humor.
Antidepressivos, estabilizadores de humor e antipsicóticos podem ser utilizados em alguns casos.
- Suporte da família e amigos – o apoio social e emocional pode ajudar a reduzir o isolamento, melhorar o funcionamento interpessoal e promover o bem-estar geral.
- Aprender sobre o TPB – isso irá ajudá-lo a desenvolver habilidades de autoconhecimento e autogerenciamento, ajudando as pessoas a compreenderem melhor seus próprios padrões de pensamento, sentimentos e comportamentos, facilitando o processo de tratamento e recuperação.
Especialistas explicam que, para se ter sucesso no tratamento do TPB é preciso um acompanhando constante, pois trata-se de um processo contínuo, que pode levar tempo e exigir esforço para alcançar melhorias significativas.
Por isso, não abandone o tratamento, e siga sempre as orientações dos profissionais de saúde que acompanham o seu caso, falando com eles sobre melhoras, pioras e possíveis formas de alcançar o bem-estar e a estabilidade emocional.
Como evitar o TPB?
Ainda não existe algo que possa evitar completamente o desenvolvimento do TPB, devido a sua causa multifatorial, mas algumas medidas podem ajudar a reduzir o risco de desenvolvê-lo. Fique atento as dicas e faça a sua parte.
- Caso esteja enfrentando dificuldades emocionais ou tenha questões que impactam sua saúde mental, é importante buscar ajuda profissional o mais cedo possível.
A terapia pode ajudar a lidar com desafios emocionais e desenvolver habilidades de enfrentamento saudáveis.
- Um ambiente familiar estável, amoroso e de apoio pode ajudar a reduzir o risco de desenvolvimento de problemas de saúde mental, incluindo o TPB.
Relações familiares saudáveis, comunicação aberta e apoio emocional são importantes para o desenvolvimento emocional saudável.
- Experiências traumáticas na infância, como abuso físico, emocional ou sexual, negligência ou separações precoces dos cuidadores, estão associadas a um maior risco de desenvolver TPB.
Evitar ou minimizar essas experiências traumáticas pode ajudar a reduzir o risco.
- Desenvolver habilidades de regulação emocional, como identificação e expressão saudável de emoções, resolução de conflitos e tolerância à frustração, pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver o transtorno.
- Praticar hábitos de autocuidado, como alimentação saudável, exercícios regulares, sono adequado, gestão do estresse e atividades de relaxamento, ajuda a promover a saúde mental e reduzir o risco de desenvolver problemas psicológicos.
- Cultivar relacionamentos interpessoais saudáveis e significativos pode contribuir para o bem-estar emocional e reduzir o risco de desenvolver problemas de personalidade, como o TPB.
Se você estiver preocupado com sua saúde mental ou a de alguém que você conhece, não hesite em procurar ajuda de um profissional de saúde mental. Quanto antes se busca ajuda, mais rapidamente virão os resultados.
Fontes – Tua Saúde; Uol; Hospital Israelita Albert Einstein; Hospital Santa Mônica; Drauzio Varella; e Veja.