O vitiligo é uma condição de pele caracterizada pela perda de pigmentação em áreas específicas, resultando em manchas brancas na pele.
Essa descoloração ocorre quando as células responsáveis pela produção de melanina, chamadas melanócitos, são destruídas ou deixam de funcionar. É chamada de melanina o pigmento que dá cor à pele, cabelos e olhos.
O vitiligo é uma condição complexa e multifatorial, e embora a causa exata ainda não seja completamente compreendida, vários fatores de risco têm sido identificados.
Esses fatores podem aumentar a probabilidade de uma pessoa desenvolver o problema,
e alguns que merecem atenção são:
– Ter um parente próximo com vitiligo aumenta significativamente o risco. Estudos sugerem que há uma base genética para a doença, e certas variantes genéticas podem predispor os indivíduos a desenvolver vitiligo.
– Pessoas com outras doenças autoimunes, como tireoidite de Hashimoto, diabetes tipo 1, artrite reumatoide ou lúpus, têm um risco maior de desenvolver vitiligo. O vitiligo é frequentemente associado a um desequilíbrio no sistema imunológico, que pode atacar erroneamente as células pigmentares da pele.
– Episódios de estresse intenso, tanto físico quanto emocional, têm sido relatados como gatilhos potenciais para o início ou agravamento do vitiligo. O estresse pode afetar o sistema imunológico e potencialmente desencadear respostas
autoimunes.
– Queimaduras solares, cortes ou outros tipos de lesões na pele podem precipitar o desenvolvimento de manchas de vitiligo na área afetada. Isso é conhecido como fenômeno de Koebner.
– A exposição a certos produtos químicos industriais e compostos pode estar associada ao vitiligo. Isso inclui fenóis, catecóis e outros agentes que podem ser encontrados em produtos de borracha e cosméticos.
– O sistema imunológico pode atacar erroneamente os melanócitos (células que produzem melanina), levando à perda de pigmentação da pele.
– Alterações nos níveis hormonais, como aquelas que ocorrem durante a gravidez ou devido a distúrbios endócrinos, podem influenciar o desenvolvimento do vitiligo.
– A produção excessiva de radicais livres e o estresse oxidativo podem danificar os melanócitos, contribuindo para o desenvolvimento do vitiligo.
– Algumas infecções podem atuar como gatilhos para o vitiligo em indivíduos predispostos.
– Certos fatores ambientais, como mudanças climáticas abruptas e poluição, também têm sido implicados, embora as evidências não sejam conclusivas.
Existem diferentes tipos de vitiligo:
– Generalizado – é o mais comum, onde as manchas brancas aparecem em várias partes do corpo.
– Segmentar – afeta apenas um lado ou parte do corpo. É menos comum e geralmente se desenvolve em uma idade mais jovem.
– Focal – aparece em áreas pequenas e não se espalha por várias partes do corpo.
Sintomas do vitiligoO vitiligo pode se manifestar de diferentes maneiras e variar em gravidade de pessoa
para pessoa. Os sintomas mais comuns são:
– As manchas afetadas pelo vitiligo geralmente perdem sua cor natural, tornando- se brancas ou muito mais claras que a pele ao redor.
– As manchas podem ser pequenas ou grandes e aparecer em qualquer parte do corpo. Elas geralmente são simétricas, ou seja, ocorrem em ambos os lados do corpo de forma semelhante.
– Os cabelos que crescem nas áreas afetadas pelo vitiligo também podem perder sua pigmentação, resultando em cabelos brancos ou grisalhos.
– A perda de cor também pode afetar os pelos corporais nas áreas afetadas.
– O vitiligo pode progredir lentamente ao longo do tempo, com novas manchas aparecendo gradualmente. Em alguns casos, a progressão pode ser rápida, com manchas se desenvolvendo em questão de semanas ou meses.
– As áreas afetadas pelo vitiligo podem ser mais sensíveis à luz solar, tornando-se mais propensas a queimaduras solares. Proteger a pele do sol é importante para evitar danos adicionais.
– Geralmente, a pele nas áreas afetadas pelo vitiligo tem uma textura normal, mas em alguns casos, pode tornar-se mais fina ou mais espessa.
– Em alguns casos, as áreas afetadas pelo vitiligo podem ficar irritadas, secas ou coçar. Isso pode ocorrer devido a fatores como ressecamento da pele ou irritação local.
– Embora seja raro, o vitiligo pode afetar as mucosas, como os lábios, o interior da boca ou os genitais.
A condição não causa dor ou desconforto físico, mas pode ter um impacto significativo na autoestima e na qualidade de vida das pessoas afetadas. Apoio psicológico e grupos de apoio podem ser benéficos para lidar com os aspectos emocionais causados pelo vitiligo.
Tratamento do vitiligo
O vitiligo não é uma doença contagiosa e não é transmitido de pessoa para pessoa através do contato físico, toque ou mesmo através de objetos compartilhados, mas uma condição autoimune em que o sistema imunológico ataca erroneamente as células que produzem pigmento na pele, chamadas melanócitos, levando à perda de pigmentação em áreas específicas da pele.
Embora exista uma predisposição genética para a condição e o vitiligo possa ocorrer em membros da mesma família, não é considerado uma doença hereditária direta.
Isso indica que, ter um membro da família com vitiligo não significa necessariamente que outros membros da família também terão a condição.
É importante consultar um profissional, caso observe quaisquer alterações na pigmentação da pele, para obter um diagnóstico preciso e discutir opções de tratamento, se necessário.
O diagnóstico de vitiligo é geralmente clínico, baseado na observação das manchas na pele. Em alguns casos, um dermatologista pode usar uma lâmpada de Wood (luz ultravioleta) para examinar a pele.
Exames de sangue também podem ser realizados para verificar a presença de outras doenças autoimunes.
Atualmente, não há cura definitiva para o vitiligo, mas existem várias opções de tratamento disponíveis para ajudar a controlar os sintomas e melhorar a aparência da pele.
Os tratamentos podem variam de acordo com a gravidade do vitiligo, a extensão das manchas e a preferência do paciente.
Algumas opções de tratamento mais comuns são:
– PUVA (psoraleno mais luz ultravioleta A) – o psoraleno é aplicado na pele antes da exposição à luz ultravioleta A (UVA), que ajuda a repigmentar as áreas afetadas.
– UVB (luz ultravioleta B) – a exposição à luz ultravioleta B (UVB) pode estimular a produção de melanina nas áreas afetadas.
– Corticosteroides – cremes ou pomadas à base de corticosteroides podem ajudar a reduzir a inflamação e promover a repigmentação da pele.
– Tacrolimo e pimecrolimo – são inibidores de calcineurina que ajudam a restaurar a cor da pele, especialmente em áreas pequenas.
– Terapia a laser excimer – este tratamento utiliza um tipo específico de laser para repigmentar áreas afetadas pelo vitiligo.
– Injeções de corticosteroides – em casos selecionados, o médico pode optar por injetar corticosteroides diretamente nas áreas afetadas para ajudar na repigmentação.
– Terapia com dapsona – alguns estudos mostraram que a dapsona, um medicamento imunomodulador, pode ser eficaz no tratamento do vitiligo.
– Transplante de melanócitos autólogos – melanócitos são retirados de áreas saudáveis da pele e transplantados para as áreas afetadas. Esse procedimento pode ser eficaz em casos selecionados de vitiligo.
– Tatuagem dermatológica – uma técnica de micropigmentação na qual pigmentos são inseridos na pele para imitar a cor natural da pele. Pode ser útil para cobrir áreas afetadas pelo vitiligo.
– Apoio psicológico – o vitiligo pode ter um impacto significativo na autoestima e na saúde mental. Terapia psicológica ou participação em grupos de apoio pode ajudar as pessoas a lidar com os aspectos emocionais da condição.
– Remoção da cor restante – em casos de vitiligo extenso, onde a repigmentação não é possível ou desejável, a pele remanescente pode ser despigmentada para uniformizar a aparência.
Fontes – Sociedade Brasileira de Dermatologia; Biblioteca Virtual em Saúde; Rede
D’Or São Luiz; Portal Drauzio Varella; CNN Brasil; e Portal G1.