A hanseníase é uma doença que existe há milênios, tanto que há relatos sobre ela na bíblia, quando ainda era chamada de lepra.
Causada por uma bactéria, o bacilo de Hansen, a transmissão acontece quando uma pessoa saudável tem contato próximo e prolongado com uma pessoa doente, através de gotículas de saliva e secreções nasais.
Felizmente, hoje ela pode ser curada, e todo o tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS – Sistema Único de Saúde. Porém, é muito importante o diagnóstico precoce, e o início do tratamento adequado o quanto antes, para evitar que hanseníase deixe sequelas.
A hanseníase atinge especialmente a pele, mas pode se manifestar também nos nervos periféricos podendo levar a sérias incapacidades físicas.
Fique atento a possíveis sintomas e busca orientação especializada caso identifique:
- manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas, em qualquer parte do corpo, mas especialmente em mãos, pés, orelhas, face, tronco e nádegas; com perda ou alteração de sensibilidade – térmica (não sente calor nem frio no local), tátil (não sente o toque) e à dor.
- área de pele seca e com falta de suor, queda de pelos (especialmente nas sobrancelhas) e sensação de formigamento;
- dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; inchaço de mãos e pés e diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos; e
- úlceras nas pernas e pés; nódulos no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos; febre, edemas e dor nas juntas; entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz; ressecamento nos olhos.
Prevenção e Diagnóstico Precoce
A prevenção da hanseníase está diretamente ligada ao seu diagnóstico precoce, pois quanto antes for descoberta, inicia-se o tratamento evitando que outras pessoas sejam contaminadas.
Embora não existe uma vacina específica para a hanseníase, a BCG, utilizada para o combate à tuberculose, também reduz o risco da hanseníase. Isso acontece devido à semelhança entre os agentes causadores das duas doenças.
Pessoas que mantém contato próximo a quem foi diagnosticado com hanseníase devem procurar atendimento médico para orientação, mesmo que não tenha apresentado sintomas.
O diagnóstico da hanseníase acontece, geralmente, através de exame clínico.
O profissional faz exames dermatológicos e neurológicos a fim de identificar lesões e áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos.
Quando necessário, exames complementares podem ser solicitados.
Tratamento
O SUS – Sistema Único de Saúde oferece, gratuitamente, todo o protocolo para o tratamento da hanseníase.
A forma recomendada pela Organização Mundial de Saúde é o poliquimioterápico, que associa rifampicina, dapsona e clofazimina. O uso da medicação é feito com acompanhamento profissional.
Essa associação diminui a resistência medicamentosa do bacilo, que costuma ocorrer quando se utiliza apenas um medicamento, o que impossibilita a cura da doença.
O tempo de tratamento da hanseníase varia entre seis meses, nas formas paucibacilares, e um ano, nos multibacilares, podendo ser prorrogado ou feita a substituição da medicação em casos especiais.
A hanseníase pode ser curada, mas é fundamental que a pessoa não abandone o tratamento, que pode se estender e cansar o paciente. Além disso, após a primeira dose da medicação anula-se o risco de transmissão durante o tratamento.
Quando não é tratada corretamente a hanseníase poderá deixar sequelas, como deformidades físicas.
Fontes – Ministério da Saúde, Portal Dráuzio Varella e Sociedade Brasileira de Dermatologia

