A labirintite é uma inflamação ou infeção do labirinto, uma estrutura localizada no ouvido interno que é responsável pelo equilíbrio e pela audição.
É uma condição que pode causar sintomas desconfortáveis, como tontura, vertigem e dificuldades auditivas, afetando significativamente a qualidade de vida.
A labirintite é uma condição reconhecida mundialmente, e sua prevalência pode variar de acordo com fatores regionais, genéticos e de saúde pública.
Embora os números exatos sejam difíceis de determinar, pesquisas indicam que distúrbios vestibulares, incluindo labirintite, afetam até 35% da população em algum momento da vida em países desenvolvidos.
No Brasil, estimativas sugerem que entre 10% a 30% da população pode apresentar sintomas relacionados a distúrbios vestibulares em algum momento da vida.
A labirintite pode ser causada por diferentes fatores, como:
- Infeções respiratórias e virais como gripes, constipações e outras infeções respiratórias superiores são uma das principais causas de labirintite.
Além de vírus como herpes e varicela, que também podem afetar o labirinto.
- Infeções recorrentes ou não tratadas no ouvido médio, a chamada otite, podem propagar-se para o ouvido interno, causando labirintite.
- Reações alérgicas podem provocar inflamação na região do ouvido, aumentando o risco.
- O estresse crónico pode comprometer o sistema imunológico, tornando o corpo mais vulnerável a infeções que podem afetar o ouvido interno.
- Consumo excessivo de álcool e cafeína, pois estas substâncias podem desregular o sistema vestibular, agravando tonturas e desequilíbrios.
- Uso de certos medicamentos, como alguns antibióticos ou anti-inflamatórios podem ter efeitos tóxicos no ouvido interno, aumentando o risco de problemas vestibulares.
- O hábito de fumar pode reduzir o fluxo sanguíneo para a região do ouvido interno, afetando o seu funcionamento.
- Lesões na cabeça podem danificar as estruturas do ouvido interno, levando à labirintite.
- Condições como diabetes, hipertensão e doenças autoimunes podem predispor à inflamação do ouvido interno.
- O envelhecimento pode aumentar a probabilidade de alterações vestibulares e infeções no ouvido.
Conheça os sintomas da labirintite e quanto buscar ajuda
A labirintite é uma condição que afeta o ouvido interno, responsável pelo equilíbrio e audição, e provoca uma série de sintomas que podem ser bastante desconfortáveis.
Eles variam em intensidade e duração, dependendo da gravidade da inflamação ou infeção. Os principais são:
- Vertigem é o mais comum. Sensação de que o ambiente está girando ou de que o próprio corpo está em movimento, mesmo estando parado.
- Tonturas que traz a sensação de instabilidade ou desequilíbrio, que pode piorar ao mover a cabeça ou mudar de posição rapidamente.
- Zumbido nos ouvidos, onde há uma percepção de sons como apitos, zumbidos ou chiados no ouvido afetado.
- Perda de audição, que pode ser temporária ou permanente, afetando geralmente apenas um ouvido.
- Náuseas e vômitos causados pela vertigem intensa, que afeta o sistema vestibular.
- Dificuldade em focar a visão, que pode parecer instável ou tremida, devido à descoordenação entre os olhos e o ouvido interno.
- Em alguns casos, o ouvido afetado pode parecer “cheio” ou desconfortável, dando a sensação de pressão.
- Dificuldade em manter o equilíbrio, podendo levar a quedas ou dificuldade em realizar atividades simples, como caminhar em linha reta.
- Os sintomas contínuos, especialmente a vertigem e o zumbido, podem gerar estresse, ansiedade e exaustão.
É importante consultar um médico, especialmente um otorrinolaringologista, se os sintomas forem intensos ou persistirem por mais de alguns dias.
Também é indicado buscar ajuda de um especialista aos surgirem dificuldades auditivas significativas, ou se a vertigem for acompanhada por febre alta, fraqueza ou visão turva, pois podem ser sinais de outras condições, como AVC.
Diagnóstico e tratamento da labirintite
O diagnóstico da labirintite envolve a avaliação clínica, onde o médico irá perguntar sobre os sintomas, como vertigem, tontura, perda de audição, zumbido e se houve infecções recentes, como resfriados ou gripes.
O exame pode incluir testes de equilíbrio e audição. Em alguns casos, são solicitados exames complementares como:
- Audiometria – para avaliar a audição.
- Tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para descartar outras condições que possam causar sintomas semelhantes.
- Exames de sangue – para verificar infecções ou outras condições subjacentes.
Embora a labirintite seja geralmente tratável, é importante buscar orientação médica adequada, para fazer o correto tratamento e evitar complicações como: perda auditiva permanente, vertigem crónica ou episódios recorrentes e ansiedade e dificuldade em realizar atividades diárias.
O tratamento da labirintite depende da causa subjacente e dos sintomas. E o plano adequado deve ser indicado por um médico, requerendo abordagem individualizada, e podendo incluir:
- Medicamentos como anti-inflamatórios – para reduzir a inflamação. Antibióticos – se a labirintite for causada por uma infecção bacteriana.
Antieméticos – para controlar náuseas e vômitos; e corticosteroides, que em alguns casos são necessários para reduzir a inflamação.
- Reabilitação vestibular – exercícios específicos podem ajudar a melhorar o equilíbrio e reduzir os sintomas de vertigem.
- Mudanças no estilo de vida – evitar movimentos bruscos, estresse e situações que possam agravar os sintomas.
- Tratamento da causa subjacente – se a labirintite for causada por uma condição específica, como uma infecção viral ou bacteriana, o tratamento dessa condição é essencial.
Previna a labirintite
Embora nem todos os fatores de risco possam ser evitados, algumas medidas podem reduzir a probabilidade de desenvolver labirintite, especialmente para as pessoas que já tiveram episódios anteriores ou estão propensas a infecções.
- Cuide da saúde geral mantendo uma dieta rica em nutrientes, com frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras.
- Beba bastante água para manter-se hidratado, o que é importante para a saúde do ouvido interno.
- Mantenha suas vacinas em dia, especialmente contra gripe e outras infecções respiratórias.
- Lave as mãos regularmente e evite contato próximo com pessoas doentes para reduzir o risco de infecções.
- Invista em técnicas de relaxamento como meditação, yoga ou exercícios de respiração para ajudar a reduzir o estresse, que pode agravar os sintomas.
- Evite o uso excessivo de medicamentos que possam afetar o equilíbrio, como alguns sedativos e analgésicos.
- O consumo excessivo de álcool pode afetar o equilíbrio e a saúde do ouvido interno. E o tabagismo pode aumentar o risco de infecções respiratórias e, consequentemente, de labirintite. Cuidado com os vícios.
- Exercícios regulares podem ajudar a melhorar o equilíbrio e a saúde geral, reduzindo o risco de quedas e lesões.
- Cuidado com movimentos rápidos, ao se levantar ou mudar de posição, faça isso lentamente para evitar tonturas.
- Trate infeções respiratórias ou do ouvido de forma adequada e atempada.
- Proteja-se de traumas cranianos, usando equipamentos de segurança em atividades de risco.
- Consulte um médico regularmente, especialmente se você tem histórico de problemas no ouvido ou condições que possam afetar o equilíbrio.
Fontes – Biblioteca Virtual em Saúde; Jornal da USP; Portal Terra; Hospital Albert Einstein; Hospital Nove de Julho; e Tua Saúde.