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Aids ainda é uma preocupação global. Previna-se para evitar contaminação

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), milhões de pessoas ainda são diagnosticadas com HIV a cada ano. 

Apenas em 2021 cerca de 1,5 milhão de novas infecções por HIV foram registradas globalmente. Embora o tratamento antirretroviral tenha melhorado bastante, ainda há um número considerável de mortes relacionadas à Aids. 

No mesmo ano, cerca de 650 mil pessoas morreram devido a doenças associadas à Aids. 

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, um milhão de pessoas viviam com HIV em 2022. Desse total, 90% foram diagnosticadas, 81% das que têm diagnóstico estão em tratamento antirretroviral e 95% de quem está em tratamento têm carga indetectável do vírus. 

Dentro desse um milhão de pessoas vivendo com HIV no país, 35% são mulheres e 65% são homens. Apenas 86% das mulheres foram diagnosticadas contra 92% dos homens. Além disso, 79% das mulheres recebem tratamento antirretroviral contra 82% dos homens e 94% das mulheres têm carga suprimida contra 96% dos homens.  

O estigma associado ao HIV/Aids ainda é um grande obstáculo para a prevenção e o tratamento. Muitas pessoas relutam em se testar ou buscar tratamento devido ao medo de discriminação. 

 

Qual a diferença entre o HIV e a Aids?

O HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana ataca o sistema imunológico, especificamente as células T CD4, que são essenciais para a defesa do corpo contra infecções, ou seja, ele é o responsável por causar a infecção. 

O HIV é transmitido através de fluidos corporais, como sangue, sêmen, fluidos vaginais e leite materno. As principais formas de transmissão incluem relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de agulhas e de mãe para filho durante a gravidez, parto ou amamentação

A Aids – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida é a fase mais avançada da infecção pelo HIV. É um conjunto de sintomas e doenças que ocorrem quando o sistema imunológico está severamente comprometido pelo vírus. Ou seja, a Aids é a condição que resulta da infecção pelo HIV.

O diagnóstico de Aids é feito quando a contagem de células T CD4 cai abaixo de 200 células por milímetro cúbico de sangue, ou quando a pessoa desenvolve certas infecções oportunistas ou cânceres relacionados à imunodeficiência. 

 

Atenção aos sintomas

Os sintomas da Aids podem variar dependendo do estágio da infecção pelo HIV, que evolui através de várias fases, e os sintomas podem ser diferentes em cada uma delas. 

Nos casos de infecção aguda pelo HIV os sintomas iniciais (2 a 4 semanas após a infecção) são:

  • febre; 
  • dor de garganta; 
  • fadiga intensa; 
  • dores musculares e articulares; 
  • linfonodos inchados; 
  • erupções cutâneas;
  • suores noturnos; e
  • dor de cabeça.

 

Existe uma fase assintomática, durante o período em que o HIV está presente no corpo. Essa fase pode durar anos, durante os quais o vírus ainda pode ser transmitido.

 

Na fase da infecção crônica pelo HIV os sintomas podem começar a aparecer à medida que o sistema imunológico se enfraquece. São eles:

  • perda de peso inexplicada; 
  • febre persistente ou recorrente; 
  • fadiga extrema; 
  • linfonodos inchados (especialmente no pescoço e nas axilas); 
  • diarreia prolongada (mais de uma semana); e 
  • infecções frequentes. 

 

Na fase em que a Aids se manifesta é quando o sistema imunológico está gravemente comprometido, sendo comum surgirem sintomas mais graves como:

  • infecções oportunistas (como pneumonia, tuberculose, candidíase); 
  • cânceres raros (como sarcoma de Kaposi ou linfoma); 
  • problemas neurológicos (como confusão, perda de memória); 
  • sintomas graves de doenças autoimunes; 
  • perda de peso significativa e rápida; 
  • sudorese noturna intensa; e 
  • erupções cutâneas persistentes.

 

Aids tem cura? 

Atualmente, a Aids não tem uma cura definitiva, mas a infecção pelo HIV pode ser controlada de forma eficaz com tratamento adequado que envolve? 

  • Terapia Antirretroviral (TAR) – é o tratamento padrão para pessoas vivendo com HIV. Consiste em uma combinação de medicamentos que atuam para reduzir a carga viral no organismo, ajudando a manter o sistema imunológico saudável.

O principal objetivo da TAR é alcançar e manter uma carga viral indetectável, o que significa que o vírus está tão baixo no sangue que não pode ser transmitido a outras pessoas (conhecido como “indetectável = intransmissível” ou I=I).

  • Uso de medicamentos antirretrovirais como: inibidores da transcriptase reversa (NRTIs e NNRTIs); inibidores da protease; inibidores da integrasse; e inibidores de fusão e antagonistas do CCR5. 

Eles devem ser escolhidos com a avaliação de fatores que incluem a saúde geral do paciente e a resistência do vírus.

  • Adesão ao tratamento é algo crucial. Quando não há uma adesão, pode levar ao desenvolvimento de resistência ao tratamento, dificultando o controle do HIV.
  • Acompanhamento médico regular, com um médico especializado em HIV, para monitorar a carga viral, a contagem de células CD4 e a saúde geral do paciente.

Também são feitos exames laboratoriais, para garantir que o tratamento está funcionando e ajustar a terapia, se necessário.

  • Prevenção de infecções oportunistas – para pacientes com HIV avançado ou com contagem de células CD4 baixa, que podem precisar de medicamentos adicionais, como a profilaxia para pneumocistose. 

 

Aids pode matar? 

Sim, a Aids pode ser fatal, mas isso geralmente ocorre nas fases mais avançadas da infecção pelo HIV, quando o sistema imunológico está gravemente comprometido. 

Acontece que o HIV ataca as células do sistema imunológico, especialmente os linfócitos T CD4, que são essenciais para a defesa do corpo contra infecções e doenças. 

Quando a contagem de células CD4 cai para níveis críticos, o corpo se torna incapaz de combater infecções.

Com o sistema imunológico enfraquecido, o corpo fica vulnerável a infecções oportunistas, que normalmente não afetariam uma pessoa saudável. Exemplos incluem: pneumonia, tuberculose, candidíase e toxoplasmose, que podem ser graves e, sem tratamento, levar à morte.

Outro ponto a ser considerado é que pessoas com Aids têm um risco aumentado de desenvolver certos tipos de câncer, como: sarcoma de Kaposi, linfoma não-Hodgkin e câncer cervical, que podem ser agressivos e difíceis de tratar em pacientes com sistema imunológico comprometido.

E mais, pacientes com Aids podem ter outras condições de saúde que complicam o quadro clínico, como doenças cardíacas, diabetes ou hepatite, aumentando o risco de morte.

 

Prevenir o HIV/Aids é possível 

Parte significativa da prevenção do HIV/Aids está diretamente ligada com fatores comportamentais, por isso informe-se e faça a sua parte. 

  • O uso correto e consistente de preservativos durante relações sexuais é uma das formas mais eficazes de prevenir a transmissão do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
  • A PrEP – Profilaxia Pré-Exposição é um medicamento que pode ser tomado por pessoas que não têm HIV, mas que estão em alto risco de contrair o vírus. Quando tomado diariamente, reduz significativamente o risco de infecção. É preciso orientação médica.
  • A PEP – Profilaxia Pós-Exposição envolve o uso de medicamentos antirretrovirais após uma possível exposição ao HIV (por exemplo, após uma relação sexual desprotegida). Deve ser iniciada o mais rápido possível, preferencialmente dentro de 72 horas após a exposição. Busque orientação nos serviços de saúde. 
  • Fazer testes regulares para o HIV e outras ISTs é crucial, especialmente para pessoas em grupos de risco. A detecção precoce permite o início imediato do tratamento, reduzindo a transmissão.
  • Pessoas vivendo com HIV, que estão em tratamento com terapia antirretroviral (TAR), e têm carga viral indetectável, não transmitem o vírus a parceiros sexuais. 
  • A educação sobre o HIV e a Aids é fundamental para desmistificar a doença, reduzir o estigma e incentivar comportamentos de prevenção.
  • Para usuários de drogas, o uso de agulhas e seringas limpas e a participação em programas de troca de seringas são essenciais para prevenir a transmissão do HIV.
  • Mesmo pessoas que não são usuárias de drogas, precisar evitar o compartilhamento de quaisquer objetos cortantes ou agulhas, para não correrem riscos desnecessários. 
  • Para prevenir a transmissão do HIV de mãe para filho durante a gravidez, parto ou amamentação, as mulheres vivendo com o vírus devem receber tratamento adequado durante a gestação e o parto.
  • Embora ainda não existam vacinas disponíveis para prevenir o HIV, pesquisas estão em andamento para desenvolver vacinas eficazes.

 

Fonte – Biblioteca Virtual em Saúde; Rede D’Or; Agência Brasil; Minha Vida; Tua Saúde; Portal Drauzio Varella; e Hospital Israelita Albert Einstein.

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