A diabetes pode ser uma condição grave e, se não for bem controlada, levar a complicações que, em última instância, chegam a ser fatais.
Atualmente, não existe cura para a diabetes, mas o tratamento adequado e mudanças no estilo de vida, que visam controlar os níveis de glicose no sangue, podem possibilitar um controle eficaz da doença, permitindo que as pessoas tenham qualidade de vida.
Os fatores de risco para a diabetes variam entre os tipos.
Para o tipo 1 eles são menos compreendidos, mas incluem:
- Ter um histórico familiar de diabetes tipo 1 pode aumentar o risco.
- Pode se desenvolver em qualquer idade, mas é mais comum em crianças e jovens adultos.
- Exposições a certos vírus ou doenças autoimunes podem desencadear a condição em pessoas geneticamente predispostas.
Para o tipo 2 os fatores de risco são mais amplos e incluem:
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- Excesso de peso, especialmente a gordura abdominal, aumenta a resistência à insulina.
- A falta de atividade física contribui para o ganho de peso e resistência à insulina.
- O risco aumenta com a idade, especialmente após os 45 anos.
- Ter um parente próximo com diabetes tipo 2 aumenta o risco.
- Hipertensão pode estar associada ao desenvolvimento de diabetes.
- Níveis elevados de colesterol LDL (o colesterol “ruim”) e baixos níveis de HDL (o colesterol “bom”) aumentam o risco.
- Mulheres com SOP – Síndrome dos Ovários Policísticos têm maior risco de desenvolver diabetes tipo 2.
- Mulheres que tiveram diabetes durante a gravidez estão em maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 mais tarde.
- Dietas ricas em açúcares e carboidratos refinados podem contribuir para o desenvolvimento da diabetes.
- Estresse e falta de sono podem afetar os níveis de glicose e a saúde metabólica.
Diagnóstico da diabetes
Exames de sangue são fundamentais para o diagnóstico precoce da diabetes e do pré-diabetes, permitindo intervenções que podem prevenir ou retardar o desenvolvimento da diabetes tipo 2.
Se você suspeita que pode ter diabetes, é importante consultar um médico para realizar os testes adequados. Os critérios usados para avaliação são:
- Glicemia de Jejum
Normal: Menos de 100 mg/dL
Pré-diabetes: 100 a 125 mg/dL
Diabetes: 126 mg/dL ou mais em duas ocasiões distintas
- Glicemia Pós-Prandial (2 horas após a refeição)
Normal: Menos de 140 mg/dL
Pré-diabetes: 140 a 199 mg/dL
Diabetes: 200 mg/dL ou mais
- Hemoglobina Glicada (HbA1c)
Normal: Menos de 5,7%
Pré-diabetes: 5,7% a 6,4%
Diabetes: 6,5% ou mais
- Teste de Glicemia Aleatória
Um teste de glicose feito em qualquer momento do dia, independentemente de quando a pessoa comeu. É considerada diabetes 200 mg/dL ou mais, acompanhado de sintomas de hiperglicemia (como sede excessiva, micção frequente, fadiga).
Sintomas e complicações da diabetes
Os sintomas da diabetes podem variar dependendo do tipo da doença e do nível de glicose no sangue. Lembrando que, muitas vezes, eles podem ser leves ou ausentes nos estágios iniciais, e a condição ser descoberta durante exames de rotina. Quando os sintomas aparecerem, os mais comuns são:
Sintomas comuns da diabetes Tipo 1 e Tipo 2
- Aumento da sede, mesmo após a ingestão de líquidos.
- Sensação constante de fome, mesmo após refeições.
- Aumento da frequência urinária, especialmente à noite.
- Cansaço extremo e falta de energia.
- Alterações na visão, que podem ocorrer devido a flutuações nos níveis de glicose.
- Feridas e cortes que demoram mais para cicatrizar.
- Maior suscetibilidade a infecções, como infecções urinárias e de pele.
Sintomas específicos da diabetes Tipo 1
- Perda de peso sem razão aparente, comum na diabetes tipo 1.
- Sintomas como dor abdominal, náuseas, vômitos, respiração rápida e hálito com odor frutado.
Quando a diabetes não é devidamente controlada, pode gerar complicações, as agudas são: Aqui estão algumas das principais complicações associadas à diabetes que podem representar risco à vida:
- Comum em diabetes tipo 1, a cetoacidose diabética ocorre quando o corpo começa a quebrar gordura em vez de glicose, levando ao acúmulo de cetonas no sangue. Isso pode causar coma e, se não tratado rapidamente, pode ser fatal.
- Mais comum em diabetes tipo 2, a SHH – Síndrome Hiperosmolar Hiperglicêmica é caracterizada por níveis extremamente altos de glicose no sangue e desidratação severa. Pode levar a coma e morte se não tratado.
- Hipoglicemia, é que quando ocorrem níveis muito baixos de açúcar no sangue podendo causar confusão, desmaios, convulsões e, em casos extremos, morte.
Entre as complicações crônicas estão:
- Doenças cardíacas e derrames, que podem ser fatais.
- Danos aos rins, levando à insuficiência renal, que pode requerer diálise ou transplante.
- Retinopatia diabética, que pode causar cegueira, e outras complicações oculares.
- Neuropatia, que são danos aos nervos podendo levar a infecções graves e amputações, que, em casos extremos, podem ser fatais.
- Pessoas com diabetes também têm um risco maior de infecções, que podem ser mais graves e difíceis de tratar.
Tratamentos para a diabetes
Independentemente do tipo, o acompanhamento regular com profissionais de saúde é essencial para monitorar a condição, ajustar o tratamento e prevenir complicações. Isso pode incluir consultas com endocrinologistas, nutricionistas e outros especialistas.
Tipo 1 – o tratamento é fundamentalmente baseado na administração de insulina, já que o corpo não a produz. As principais abordagens incluem:
- Injetar insulina várias vezes ao dia ou usar uma bomba de insulina.
- Existem diferentes tipos de insulina (rápida, lenta, intermediária) que podem ser combinados para atender às necessidades individuais.
- Monitorar os níveis de glicose no sangue para ajustar as doses de insulina e evitar hipoglicemia (níveis baixos de açúcar no sangue).
- Investir em uma dieta equilibrada e exercícios regulares ajuda a controlar os níveis de glicose e melhoram a saúde geral.
Tipo 2 – o tratamento pode incluir uma combinação de abordagens:
- Mudanças no estilo de vida, onde é indicada uma dieta balanceada, rica em fibras e pobre em açúcares e gorduras saturadas. E atividades regulares, para controlar o peso e melhorar a sensibilidade à insulina.
- Uso de medicamentos que ajudam a reduzir a produção de glicose pelo fígado e melhorar a sensibilidade à insulina.
- Monitoramento da glicose para ajustar o tratamento conforme necessário.
- Em alguns casos, pode ser necessário o uso de insulina, especialmente em estágios mais avançados da doença.
Prevenção da diabetes
Prevenir a diabetes, especialmente a Tipo 2, envolve a adoção de hábitos saudáveis e mudanças no estilo de vida. Para isso:
- Opte por uma dieta equilibrada, com frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis. Evite o consumo excessivo de calorias. Reduza o consumo de doces, refrigerantes e produtos de farinha branca.
- Procure fazer pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica moderada por semana, como caminhada, natação ou ciclismo. Realize atividades que fortaleçam os músculos, como levantamento de peso, pelo menos duas vezes por semana.
- Mantenha um peso saudável, sendo que perder, mesmo que seja uma pequena quantidade de peso (5-10% do peso corporal) pode reduzir o risco de diabetes.
- Consulte um médico para monitorar seus níveis de glicose, pressão arterial e colesterol, especialmente se você tiver fatores de risco.
- Pare de fumar, pois o tabagismo aumenta o risco de diabetes e outras doenças. E se for consumir álcool, que seja com moderação.
- Gerencia e o estresse com técnicas de relaxamento.
- Invista em boas noites de sono, dormindo de 7 a 9 horas, pois a falta de sono pode afetar a resistência à insulina.
- Beba água, pois a hidratação adequada é importante para a saúde geral e pode ajudar a controlar o apetite.
Fontes – Sociedade Brasileira de Diabetes; Biblioteca Virtual em Saúde; Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; Portal Drauzio Varella; e Minha Vida.