A incontinência urinária é a incapacidade de controlar a urina, levando a episódios involuntários de vazamento. Pode ocorrer em diversas situações e afetar pessoas de todas as idades, embora seja mais comum em mulheres e na população idosa.
Existem diferentes tipos de incontinência urinária:
- de esforço – vazamento ao realizar atividades que aumentam a pressão abdominal, como tossir, rir ou fazer exercício;
- de urgência – um forte desejo de urinar, seguido de perda de urina antes de chegar ao banheiro;
- mista – uma combinação dos tipos de esforço e de urgência;
- funcional – quando fatores físicos ou mentais impedem a pessoa de chegar ao banheiro a tempo; e
- reflexa – perda involuntária de urina sem o desejo de urinar, geralmente associada a problemas neurológicos.
Os fatores de risco para a incontinência urinária podem variar dependendo do tipo, mas os principais incluem:
- O risco aumenta com a idade, especialmente em pessoas idosas, devido à perda de força muscular e mudanças nos tecidos.
- As mulheres têm maior risco devido a fatores como gravidez, parto e menopausa, que podem afetar o tônus e a estrutura do assoalho pélvico.
- O excesso de peso aumenta a pressão na bexiga, tornando a incontinência mais provável.
- Ter familiares com incontinência urinária pode aumentar o risco.
- Mulheres que tiveram vários partos ou que tiveram partos vaginais podem estar em maior risco.
- Doenças como diabetes, esclerose múltipla, AVC, Parkinson e doenças que afetam o sistema nervoso podem contribuir para a incontinência.
- Cirurgias pélvicas, como histerectomia, podem afetar o suporte do assoalho pélvico.
- O esforço ao evacuar pode enfraquecer os músculos do assoalho pélvico, fique atento a constipação.
- O uso de diuréticos e medicamentos que afetam o controle da bexiga pode aumentar o risco.
- Fatores como falta de atividade física, tabagismo e consumo excessivo de álcool e cafeína podem contribuir.
Identificar esses fatores de risco pode ajudar na prevenção e gestão da incontinência urinária. Fale com o médico da sua confiança e esclareça todas as suas dúvidas.
Sintomas da incontinência urinária
A incontinência urinária é um problema de saúde pública significativo. No Brasil, estima-se que cerca de 10% a 30% da população apresente algum tipo de incontinência urinária, sendo mais prevalente em mulheres, especialmente após a menopausa e na população idosa. Entre pessoas com mais de 60 anos, a prevalência pode ser ainda maior, chegando a 30% a 50%.
Em todo o mundo a incontinência urinária afeta aproximadamente 200 milhões de pessoas. A prevalência varia entre 25% a 45% em mulheres e 10% a 15% em homens.
A incontinência urinária pode impactar a qualidade de vida, levando a problemas emocionais, sociais e de saúde mental. Estudos indicam que mulheres com incontinência urinária tendem a relatar uma qualidade de vida reduzida.
Fique atento aos sintomas mais comuns em quadros de incontinência urinária e busque orientação de um profissional, sobre possíveis tratamentos.
- Vazamento de urina – a perda involuntária de xixi pode ocorrer em diferentes situações, como ao tossir, rir ou realizar exercícios (incontinência de esforço) ou de forma repentina e incontrolável (incontinência de urgência).
- Urgência urinária – desejo súbito e intenso de urinar, que pode ser difícil de controlar.
- Frequentar o banheiro com mais frequência – aumento da necessidade de urinar, tanto durante o dia quanto à noite (noctúria).
- Despertar à noite para urinar – acordar várias vezes à noite para ir ao banheiro.
- Sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga – a sensação de que ainda há urina na bexiga mesmo após ter acabado de urinar.
- Vazamento durante atividades específicas – como ao passar pela abdominal, como ao levantar pesos, tossir ou espirrar.
Os sintomas podem variar de leves a severos e impactar significativamente a qualidade de vida, pois não é algo confortável perder xixi, e acabar se molhando ou exalando um odor desagradável.
Diagnóstico e tratamento da incontinência urinária
O diagnóstico da incontinência urinária começa com uma consulta clínica, onde o médico coletará informações detalhadas sobre os sintomas, histórico médico, hábitos de vida e fatores de risco.
Um exame físico pode ser realizado para avaliar a saúde geral e examinar o assoalho pélvico.
É comum que o médico peça ao paciente para manter um diário por alguns dias, registrando a frequência e a quantidade de urina, bem como episódios de vazamento.
Para fechar o diagnóstico são indicados exames complementares como o de urina, para descartar infecções ou condições médicas subjacentes; estudo urodinâmico, que avalia a função da bexiga e do trato urinário; e ultrassom, para observar a anatomia da bexiga e do assoalho pélvico.
O tratamento deve ser indicado por um especialista, de forma individualizada, variando conforme a causa e a gravidade da incontinência. Os mais comuns são:
- Mudanças no estilo de vida com foco na perda de peso, aumento da atividade física, eliminação de irritantes da bexiga (como cafeína e álcool) e evitar fumar.
- Exercícios do assoalho pélvico, para o fortalecimento dos músculos (exercícios de Kegel) podem ajudar a melhorar o controle da bexiga.
- Treinamento da bexiga, aprendendo a espaçar os intervalos entre as idas ao banheiro para aumentar a capacidade da bexiga.
- Medicamentos podem ser prescritos para tratar a incontinência de urgência ou estresse, dependendo da situação.
- Alguns dispositivos, como pessários, podem ser utilizados para ajudar a apoiar a bexiga e reduzir vazamentos.
- Procedimentos minimamente invasivos, como injeções de substâncias para aumentar a capacidade da bexiga, ou procedimentos para suspender a uretra, podem ser indicados.
- Em casos mais graves, procedimentos cirúrgicos podem ser considerados, como a instalação de uma fita de suporte ou a realização de uma cirurgia de elevação da bexiga.
Previna a incontinência urinária
Algumas medidas podem ajudar bastante não apenas na prevenção da incontinência urinária, mas também na promoção de um estilo de vida saudável em geral.
Acompanhe as dicas e faça a sua parte.
- Invista em exercícios de Kegel para fortalecer os músculos do assoalho pélvico, isso pode ajudar a melhorar o controle da bexiga. Fazer esses exercícios regularmente é fundamental.
- Mantenha um peso saudável, pois o excesso pode aumentar a pressão sobre a bexiga, contribuindo para a incontinência. A perda de peso, se necessário, pode ajudar a reduzir os sintomas.
- Ingira uma dieta equilibrada, incluindo alimentos ricos em fibras para prevenir a constipação, que pode agravar a incontinência. E reduza o consumo de cafeína e álcool, que podem irritar a bexiga.
- Manter-se bem hidratado, mas controle a ingestão de líquidos antes de atividades onde o acesso ao banheiro pode ser limitado.
- Controlar doenças crônicas como diabetes e doenças neurológicas pode ajudar a prevenir problemas urinários.
- Pare de fumar, pois o tabagismo está associado à tosse crônica, que pode levar a episódios de incontinência.
- Informar-se sobre os cuidados com o assoalho pélvico e a prevenção da incontinência pode ser benéfico, especialmente em mulheres grávidas ou que já tiveram partos.
- Consultar um profissional de saúde regularmente para abordar qualquer sintoma precoce pode ajudar na identificação e prevenção de problemas maiores relacionados à incontinência.
Fontes – Biblioteca Virtual em Saúde; Portal da Urologia; Sociedade Brasileira de Urologia; Agência Brasil; Associação Médica Brasileira; e Portal Drauzio Varella.