Intoxicação alimentar é uma condição que ocorre quando uma pessoa ingere alimentos ou bebidas contaminados por microrganismos, toxinas ou produtos químicos.
Essa contaminação pode acontecer em várias etapas, desde a produção até o preparo e o consumo dos alimentos.
As causas mais comuns de intoxicação alimentar são:
- Bactérias, onde as mais comuns incluem: salmonella – encontrada em ovos, carnes e produtos lácteos; Escherichia coli (E. coli) – associada a carnes malcozidas e vegetais contaminados; e listeria – pode ser encontrada em alimentos processados e laticínios não pasteurizados.
- Vírus como o norovírus, frequentemente associado a alimentos crus ou malcozidos, especialmente frutos do mar.
- Parasitas como a giardia e toxoplasma, que podem ser transmitidos por alimentos contaminados ou água.
- Toxinas, pois algumas bactérias, como a Staphylococcus aureus, produzem toxinas que podem causar intoxicação, mesmo que a bactéria tenha sido destruída pelo cozimento.
- Produtos químicos, como acontece na contaminação por pesticidas, metais pesados ou produtos de limpeza.
Os sintomas de intoxicação alimentar podem variar dependendo do tipo de agente causador, mas geralmente incluem:
- Náuseas – sensação de mal-estar e vontade de vomitar.
- Vômitos.
- Diarreia.
- Dor abdominal com cãibras ou desconforto na região do abdômen.
- Febre.
- Fadiga – sensação de cansaço e fraqueza.
- Desidratação – perda de líquido, especialmente se houver diarreia e vômitos intensos.
- Outros sintomas menos comuns são: dor de cabeça, dores musculares, calafrios e sangue nas fezes ou vômitos (em casos mais graves).
É importante saber quando buscar ajuda médica em casos de intoxicação alimentar, pois alguns sintomas podem indicar complicações mais sérias.
Fique atento para:
- vômitos intensos;
- diarreia frequente (mais de 6 episódios em 24 horas ou com mais de 48 horas de duração);
- sinais de desidratação (boca seca, sede excessiva, diminuição da urina, tontura, confusão ou fraqueza);
- febre persistente (temperatura corporal maior que 38,5 °C que não diminui com medicamentos;
- sangue nas fezes ou vômitos;
- dor abdominal intensa ou que não melhora com o tempo; e
- se consumiu alimentos que podem estar contaminados, como frutos do mar crus, carnes malcozidas ou produtos lácteos não pasteurizados, e apresentou sintomas.
Grupos que sofrem mais com intoxicação alimentar
A intoxicação alimentar pode afetar qualquer pessoa, mas alguns grupos são mais vulneráveis e têm maior risco de sofrer complicações graves. São eles:
- Crianças, que têm o sistema imunológico em desenvolvimento, tornando-as mais suscetíveis a infecções e complicações.
- Idosos, por terem um sistema imunológico enfraquecido e podem ter condições de saúde subjacentes que aumentam o risco de complicações graves.
- Mulheres grávidas têm um sistema imunológico alterado, o que pode aumentar a probabilidade de infecções e complicações para elas e para o feto.
- Indivíduos com doenças crônicas (como diabetes, doenças cardíacas ou câncer) ou aqueles em tratamento imunossupressor (como quimioterapia).
- Quem têm condições como doença inflamatória intestinal ou síndrome do intestino irritável pode ser mais afetado por intoxicações alimentares.
- Pessoas que, frequentemente, consomem alimentos crus ou malcozidos.
Tratando a intoxicação alimentar
O tratamento da intoxicação alimentar depende da gravidade dos sintomas e da causa. Algumas diretrizes para lidar com o problema são:
- Beber líquidos, pois a desidratação é um risco comum devido a vômitos e diarreia. É importante ingerir água, caldos ou soluções de reidratação oral para repor os líquidos e eletrólitos perdidos.
- Faça repouso. O descanso é fundamental para ajudar o corpo a se recuperar.
- Ingira alimentos leves assim que os sintomas começarem a melhorar. Opte por alimentos de fácil digestão, como arroz, bananas, torradas e maçãs. Evite alimentos gordurosos, picantes ou muito ricos em açúcar.
- Fique atento aos sintomas graves e busque atendimento médico.
- Existem alguns medicamentos que poderão ser usados, mas é preciso a indicação de um médico, pois a automedicação pode piorar o quadro. Entre eles estão os antidiarreicos e analgésicos.
Risco maior de intoxicação alimentar
Alguns fatores aumentam o risco de uma intoxicação alimentar, saiba quais são.
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- Não lavar as mãos antes de preparar ou consumir alimentos.
- Pessoas doentes, especialmente com infecções gastrointestinais, podem contaminar alimentos.
- Usar a mesma superfície ou utensílios para alimentos crus e cozidos sem limpeza adequada.
- Não refrigerar alimentos perecíveis ou deixá-los fora da temperatura segura.
- Não cozinhar alimentos a temperaturas seguras pode permitir a sobrevivência de bactérias patogênicas.
- Carnes, laticínios, ovos e frutos do mar são mais suscetíveis à contaminação.
- Alimentos crus ou malcozidos, como saladas, carnes e ovos crus, podem conter patógenos.
- Ambientes quentes e úmidos são propícios para o crescimento de microrganismos.
- Em locais sem água potável ou condições sanitárias adequadas, o risco de contaminação aumenta.
- Consumo de alimentos de vendedores ambulantes pode aumentar o risco se as condições de higiene não forem adequadas.
- Preparação de alimentos em grande quantidade pode levar a um manuseio incorreto, e causar contaminação.
Evite a intoxicação alimentar
Uma série de boas práticas, diretamente relacionadas com os riscos da intoxicação alimentar, podem ajudar a preveni-la. Fique atento e cuide da sua saúde.
- Sempre lave as mãos com água e sabão antes de preparar ou consumir alimentos, após usar o banheiro e ao manusear alimentos crus.
- Evite a contaminação cruzada usando tábuas de corte separadas para carnes, vegetais e alimentos prontos. Limpe utensílios e superfícies após o uso.
- Guarde alimentos perecíveis na geladeira e mantenha-os em temperaturas seguras (abaixo de 5 °C).
- Cozinhe os alimentos a temperaturas seguras. Utilize um termômetro para garantir que carnes e aves atinjam a temperatura interna recomendada.
- Ao reaquecer alimentos, certifique-se de que estejam quentes por inteiro.
- Adquira alimentos de fornecedores que sigam boas práticas de higiene e segurança alimentar.
- Evite alimentos crus de alto risco como carnes, ovos e frutos do mar crus, especialmente em locais com baixa higiene.
- Não consuma produtos fora do prazo de validade e verifique a aparência e o cheiro dos alimentos.
- Alimentos preparados devem ser consumidos em um curto período, ou armazenados adequadamente.
- Descongele alimentos na geladeira, em água fria ou no micro-ondas, nunca em temperatura ambiente.
Fontes – Portal Drauzio Varella; Biblioteca Virtual em Saúde; Hospital Albert Einstein; Rede D’Or; CNN Brasil; Tua Saúde; e Nossa Saúde.